quinta-feira, 4 de novembro de 2010

O Modelo Romano


Roma, Cidade ordenadora de um império urbano



 Tal como a Grécia, a Península Itálica foi invadida em 1200 a.C. por povos de origem indo-europeia. Na foz do rio Tibre Latinos e Sabinos, terão fixado as suas povoações nas férteis planícies do Tibre.
A riqueza da região e os contactos comerciais com a magna Grécia terão originado a cobiça dos Etruscos (Toscânia), que no séc. VIII a.C. terão conquistado o Lácio. Governaram o território em regime monárquico.
Promoveram a primeira urbanização de Roma (urbanização, esgotos, templos, muralhas...);
Dotação da cidade das suas primeiras instituições;
Conhecimentos alargados da civilização e do alfabeto grego.
Em 509 a.C. a realeza etrusca é substituída por uma república aristocrática (patrícios); ou seja as magistraturas e o Senado são exercidos pela classe patrícia. Esta passagem não foi pacífica, uma vez que existiram lutas internas pelo acesso ao poder dos plebeus.
O traço mais característico da história de Roma sob este período é a expansão. Em 400 anos Roma transformou-se de uma simples cidade estado à capital de um grande império.


Motivações para as conquistas:
 Necessidade de defesa e de assegurar os território
 Orgulho desenvolvido com as vitórias (os romanos, povo eleito e vitorioso
O desejo de riquezas: homens de negócio; soldados com o saque.

As terras conquistadas não são somente importantes do ponto de vista comercial, mas também importantes com as pilhagens, que dão origem à acumulação de grandes riquezas.

Para além do mediterrâneo como via comercial e de extensão de poder, as estradas, pontes e aquedutos são essenciais para o domínio dos territórios conquistados. As estradas deixavam passar os exércitos e o armamento. (a rede viária atingiu 100.000 km de estradas).

Os grandes centros de negócio situam-se nos portos ou nos cruzamentos das estradas. O domínio do comércio marítimo é evidente, mas a civilização romana é um fenómeno essencialmente urbano. É a cidade que fomenta os contactos e promove o progresso.


A Cidade

O Império Romano era um imenso território com 3300 km2, com cerca de 70 milhões de habitantes e 10.000 km de fronteiras. Roma, capital do império tinha cerca de 1 milhão de habitantes.

A Cidade, constitui a síntese da própria civilização e ela é o reflexo da organização do próprio império. Era em Roma que residia o imperador, centro do poder, reunia as principais instituições e monumentos (fóruns, basílicas, templos, teatros, bibliotecas, mercados...)

Porém, com o crescimento da própria cidade há que acabar com a sujidade, ruas estreitas, e executar um plano de urbanização adequado: edifícios com vários andares, lojas no rés-do-chão e até um sistema de aluguer de quartos -os insulae. Para os mais ricos moradias.

À semelhança de Roma muitas outras cidades nascem, e a sua urbanização segue os modelos de Roma, com estradas, ruas pavimentadas e decoradas com estátuas e arcos do triunfo, termas, bibliotecas.

A Institucionalização do Poder Imperial

As guerras de alargamento do império conduzem a tensões sociais internas a nível político.

No sec. I a.C. a glória dos generais, substituem um regime político civil por um regime político militar os Triunviratos generais (3), que partilham entre si o poder:
                        1º- César + Pompeu + Crasso
                        2º Octávio + Marco António + Lépido

Destes, há a destacar Júlio César, que depois das vitórias na Gália, assume o poder em regime ditatorial e implementa um conjunto de grandes reformas. Esta atitude valeu-lhe a morte em pleno Senado.

Depois da sua morte, é no 2º Triunvirato que irá surgir o 1º imperador de Roma Octávio, aniquila os seus rivais e toma conta do poder.

O segredo está na conservação das instituições republicanas e na concentração de poderes nas suas mãos.
Funções do Imperador:

Poder de decidir da paz e da guerra;
Chefe militar supremo (único a usar o manto de púrpura;
Recebe o poder tribunício - defesa dos interesses da plebe, poder de legislar          sempre que a situação o exija; aprecia as leis no Senado e são suas as propostas     de lei.
Cargo de Pontifex maximus – chefe religioso (toma o nome de Augusto nome        atribuído ao detentor da autoritas).
O Imperador, tem ainda as funções de Censor e Cônsul, i.e. governa e administra as províncias.
Este poder é ainda acompanhado por uma institucionalização do culto imperial, que se torna extremamente importante nas províncias; adorar o imperador é adorar Roma.

Um dos problemas que se colocava era o da sucessão, uma vez que o poder é considerado por delegação do povo romano, logo não é sucessório pela hereditariedade (apesar das características monárquicas do regime). Esta sucessão originou, muitas vezes lutas sangrentas, e é nestas alturas que surgem os candidatos apoiados pelos exércitos os generais.


Imperadores Romanos nos séculos I e II


Césares
                        Augusto (27 a.C.-14 d.C.)
                        Tibério (14-37)
                        Calígula (37-41)
                        Cláudio (41-54)
                        Nero (54-68)

Flavianos
                        Vespasiano (69-79)
                        Tito (79-81)
                        Domiciano (81-96)

Antoninos
                        Nerva (96-98)
                        Trajano (98- 117)
                        Adriano (117-138)
                        Antonino (138-161)
                        Marco Aurélio (161-180)
                        Cómodo (180.192)


 Os Órgãos do Poder - A edificação do aparelho administrativo


O Senado:
           
            Constituído por 600 elementos
            Administra Roma e a península itálica e dirige algumas províncias
            Cunha moeda, controla os impostos
            Emite pareceres com força de lei


Os Comícios
           
            Perdem poder com o império mas confere os poderes ao imperador (tribunícia potestas)

Magistrados
           
            São escolhidos pelo Senado, mas o seu poder político foi diminuido pelo imperador
            São 5 os tipos de magistrados:

            Cônsul: cargo honorífico
            Pretores: para os assuntos judiciários
            Tribunos: passam ao serviço do imperador
            Edis: funções fiscalizadoras
            Questores: assuntos financeiros.


Novos Órgãos do Poder

            Conselho Imperial: composto por 20 membros (senadores e magistrados), que preparavam as decisões que posteriormente seriam levadas ao Senado – centro do governo e motor da administração central

            Para além deste, Augusto criou um corpo de funcionários, na sua dependência que respeitavam a administração central e local.
            Entre os seus elementos, contam-se o Perfeito do Pretório: cargo de 2ª figura do estado, comandante da guarda imperial.
            Existiam ainda os Perfeito da Cidade
                                         Perfeito das Vigílias (incêndios)
                                         Legados das províncias (príncipes)
                                         Procuradores, secretários...
Fontes do Direito Romano:

            O Direito é uma das formas de regular a vida pública e um dos maiores legados da civilização romana.

            1- Lei das 12 Tábuas: redigida por volta de 450 a.C., foi uma das formas encontradas para uniformizar o direito consuetudinário e impedir e precaver das arbitrariedades dos patrícios romanos.

            2- O Trabalho Jurídico dos magistrados romanos (senado, pretores...)

            3- A obra dos Jurisconsultos, estudiosos jurídicos (destacam-se neste trabalho        Cícero e Gaio).

            4- Os consultores dos Senado (Senátus-consultos)

            5- As constituições imperiais, resoluções do imperador com força de lei.

O Direito durante a República

            A existência do Direito é o elemento fundamental da constituição do Estado.

            O Direito regula a vida dos cidadãos; havia um corpo de leis que definia aos direitos e deveres dos cidadãos.

            A prática da justiça é da responsabilidade dos Pretores; o pretor urbano trata dos processos referentes aos cidadãos, o pretor peregrino o dos referentes aos estrangeiros.
Os restantes são os das províncias e são os Propretores.
           
O Direito durante o Império

            A partir de Augusto, a acção do imperador reforça-se sobre a actividade legislativa. De tal modo que o Imperador Adriano, acabará com o direito pretoriano.

     As decisões imperiais são preparadas pelos Jurisconsultos (juristas).
     Nas províncias o cargo recai sobre o Governador.
    Para evitar a arbitrariedade, o cidadão pode sempre apelar aos tribunais centrais em Roma, pelo Senado (nas províncias senatoriais ou pelo imperador, nas províncias imperiais).



A afirmação imperial de uma cultura urbana pragmática

O pensamento e a cultura romana foram essencialmente de carácter pragmático e utilitário. A cultura romana impôs-se pela sua inteligência prática vocacionada para a resolução dos problemas.
 Foi igualmente uma cultura de síntese já que se apresenta como uma amálgama criativa e original de várias influências culturais que foi recebendo e assimilando ao longo da expansão territorial, sabendo que a maior foi sem sombra de dúvida a da civilização helenística, na religião, na arte, na língua, na vida quotidiana.

A padronização do urbanismo e a fixação de modelos arquitectónicos e escultóricos

Monumentalidade do urbanismo: construção de espaços concebidos para simbolizar e reflectir poder e grandeza;

Principais preocupações urbanísticas dos romanos:

1.      Realização de traçados urbanos e das suas principais vias de circulação;
2.      Lançamento de sistemas de esgotos e de abastecimento de água;
3.      Apetrechamento de equipamentos modernos.
 As principais áreas da cidade eram:

No período da República, em torno do Fórum (praça pública), foram erigidos os edifícios mais importantes da cidade – os templos, o Senado, a cúria, a basílica. Mais perto da periferia e mais fáceis de abastecimento de água estavam os edifícios recreativos, as termas, os teatros, os anfiteatros e os estádios.
           
No período do Império foram surgindo diversas reformas que alteraram a fisionomia da urbe (cidade); foram construídos novos fóruns, palácios imperiais, basílicas, arcos do triunfo, novos templos, anfiteatros como o Coliseu.


A Arquitectura
A Arquitectura é a arte que melhor revela o espírito e o génio romano. Pragmática e funcional a arquitectura romana preocupou-se essencialmente com a resolução de aspectos práticos e técnicos da arte de construir, respondendo com soluções criativas e inovadoras às crescentes necessidades demográficas, económicas, políticas e culturais da Cidade e do Império.

 Principais características da arquitectura Romana


1.      Variedade e plasticidade dos materiais utilizados; à madeira, pedra e mármore os romanos juntaram o “opus carmenticium” uma espécie de argamassa de cal e areia a que adicionavam pedaços de calcário, cascalho e restos de materiais vulcânicos. Com isto os romanos inventaram uma espécie de pasta moldável enquanto húmida, semelhante ao actual cimento ou betão que depois de seca, se igualava à pedra na solidez e consistência.

2.      Utilização de diversos almofadados em pedra ou em tijolo que escondiam o rugoso das construções e aplicação de revestimentos exteriores feitos em relevo com estuque, placas de mármore, mosaicos e estuques pintados.

3.      Criação de novos sistemas construtivos. Estes tomaram por base o arco e as construções que dele derivam: abóbadas, cúpulas e as arcadas. A sua utilização associada aos novos materiais permitiu aos Romanos criar deferentes tipologias de edifícios, diversificar as plantas, projectar compartimentos mais amplos e articular melhor os espaços interiores.

4.      Desenvolvimento das técnicas e dos instrumentos de engenharia. Os Romanos assumiram a engenharia como suporte da arquitectura, fornecendo-lhe uma base científica. Faziam estudos de topografia e orografia (estudo dos rios), possuíram técnicas de terraplanagem, inventaram as cofragens (dispositivo de madeira destinado a conter as massas de betão fresco), os cimbres (armação de madeira que suporta ou molda os arcos ou abóbadas) e o metal para fortalecer as juntas entre os blocos de pedra ou nas zonas de maior pressão dos edifícios.

5.      Associaram o génio inventivo e o sentido prático à solidez, uma maior economia de materiais, meios e mão-de-obra.

6.      Ao barroquismo (exagero) da decoração, acrescentaram as ordens arquitectónicas gregas: colunas, capitéis, entablamentos, frontões com sentido decorativo e não arquitectónico. Além disso modificaram-nas nas proporções e nas formas, chegando mesmo a criar duas ordens novas, a toscana e a compósita (mistura de géneros). As mais usadas foram a coríntia e a compósita.

Principais características dos templos:

¨     Erguiam-se sempre sobre um pódio;
¨     Possuíam um carácter frontal, com a fachada assinalada pelo pórtico e pelas escadarias de acesso ao templo (ao contrário do templo grego que era omnilateral);
¨     Eram geralmente de planta rectangular e tinham uma só cella, fechada;
¨     Encontravam-se orientados no terreno, seguindo o eixo axial da cella;
¨     Na maioria das vezes não tinham peristilo;


A Escultura

¨     A escultura romana teve as suas raízes na escultura etrusca e grega. Foi com a estatuária (retrato e estátua-retrato) e com os relevos históricos que a escultura romana atingiu a sua personalidade.

¨     A escultura romana, tal como a arquitectura foi de tradição helenística (grega). Mas, por detrás de todo o processo de admiração e realização, sentimos uma inspiração eminentemente romana: a expressão de poder que se sobrepõe à busca de beleza. Agora trata-se de glorificar as proezas militares e políticas dos imperadores, tornando-se um assunto legítimo de ser representado.

A Romanização da Península Ibérica


            Os Romanos começaram a conquista da Península Ibérica por volta do ano 218 a. C., durante a Segunda Guerra Púnica, entre Roma e Cartago. A conquista da Península iria demorar até 19 a. C., no tempo de Augusto, dada a enorme resistência dos povos peninsulares ao assédio romano. A conquista foi-se estendendo do sul para o norte, mais montanhoso, onde era mais fácil resistir.

Mal os Romanos chegaram à Península, logo se fez sentir a influência da sua civilização. Conforme iam dominando as várias regiões peninsulares, assim impunham as suas estruturas sociais, a sua forma de vida, as suas leis, acabando por dominar e influenciar profundamente, e para sempre, toda a Península-Ibérica. É a toda esta acção e influência da civilização de Roma que se chama romanização.
A língua latina acabou por se impor como língua oficial, funcionando como factor de ligação e de comunicação entre os vários povos.
A influência romana fez-se sentir também na religião e nas manifestações artísticas. Tratou-se, pois, de uma influência profunda, sobretudo a sul, zona primeiramente conquistada.

A Arquitectura

Tal como no resto da Europa Ocidental, também em Portugal podemos encontrar vestígios da civilização romana dispersos por todo o país (infelizmente a maior parte em mau estado de conservação).

Os Templos

A imposição das leis, do culto e da língua do império (o latim) aos territórios romanizados, não significou a aniquilação das culturas que aí encontraram. Os romanos respeitaram as tradições e os cultos locais, o que se reflectiria na arquitectura religiosa local. O Templo de Évora, falsamente chamado de Diana, é o mais erudito dos edifícios latinos e provavelmente de culto imperial. Obra do século II, pertence à ordem coríntia.

As Termas

Como sabemos, a construção de termas ou balnea, corresponde a um autêntico fenómeno urbano. Cumprindo naturais funções sanitárias e higiénicas as termas eram uma instituição social: ali se praticava ginástica e sauna, se lia e se ouvia música e poesia, se conversava e se tratava de negócios.
As infra-estruturas seguem o modelo de Roma: a entrada, os vestiários, as salas de massagem, a sauna, a piscina, os tanques de água quente, morna e fria. A fornalha subterrânea aquecia a água que permitia distribuir ar quente sob os pavimentos através de canalizações próprias.
           

A Arquitectura Doméstica

Neste domínio temos exemplos das insula (prédio urbano de rendimento) e das domus (residências urbanas), bem representados em Conímbriga. A arquitectura doméstica rural reproduz os modelos da cidade nas villae, tanto na organização funcional como na decoração em mosaico.
As casas organizavam-se em torno de um átrio, forticado e ajardinado, que é o centro da casa.


Pontes e Aquedutos

Estas construções, além de constituírem vectores de desenvolvimento do território e de humanização das paisagens, ficaram como testemunhos da capacidade técnica e do sentido estético da civilização romana. As pontes de Ponte de Lima, de Chaves, de Vila Formosa, da Assureira, de Vila Ruiva, e o aqueduto de Conímbriga, são os exemplos mais significativos.



5 comentários:

  1. bom blogue stora, vou usar estes conteúdos para estudar para o próximo teste

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  2. não vá na cantiga da patricia, ele nem sequer vai estudar para o seu teste, premite-me dar-lhe os meus parabens, fez aqui um exelente trabalho com este blog, vou já retirar os seus textos para o meu computador para estudar futuramente

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  3. nao ligue a esse rapazinho, ele nao sabe nada! ele nem sequer vai usar este blog como apoio de estudo, vai ver!
    nao confie nele. mais uma vez parabens pelo seu blog, mas acho que falta uma coisinha.. (podia meter aqui o testes e suas respectivas respostas :P)

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  4. professora Leonor, não acredite nela, ja viu a lata "podia meter aqui o testes e suas respectivas respostas :P" , ela não respeita o seu trabalho, mas eu sim! um beijinho do henrique! :D

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