sábado, 5 de maio de 2012


Unidade e Diversidade da Sociedade Oitocentista


O liberalismo político, triunfante em quase todos os Estados europeus no século XIX, instituiu um novo tipo de sociedade, baseado na igualdade jurídica de todos os cidadãos perante a lei, no respeito pelos direitos naturais dos homens e pela liberdade individual em todos os sectores. Este novo tipo de sociedade – a que se convencionou dar o nome de sociedade de classes – aceita como únicas diferenças as resultantes do poder económico, das capacidades individuais e da profissão de cada um. Admite, deste modo, a mobilidade ascensional e descensional. 
O nascimento perde importância como critério de diferenciação social, como acontecia na sociedade de ordens do Antigo Regime.

Esta sociedade de classes encontrava-se dividida em três estratos: classe alta (associada à alta burguesia, a grande burguesia empresarial e financeira); as classes média; a classe baixa (o proletariado).
A alta burguesia (grupo relativamente homogéneo) ocupava-se de actividades industriais e comerciais, assim como de financeiras e políticas. As Revoluções Agrícola e Industrial e o triunfo do Liberalismo proporcionaram a esta burguesia o poder económico e político.

Na primeira metade do século XIX, caracteriza-a um estilo de vida e valores culturais que se aproximam da velha aristocracia nobiliárquica. Leva uma vida mundana e aparatosa, da se destaca a organização de bailes e grandes recepções. Vive em residências apalaçadas, no campo ou na cidade, veste-se com elegância e de acordo com a moda, possui imensa criadagem, cultiva as aparências e preocupa-se com a reputação.
Progressivamente, esta alta burguesia vai ganhando consciência de classe, que a distancia quer da antiga aristocracia quer das classes inferiores suas contemporâneas. Afirma os seus próprios valores e comportamentos: o gosto pelo trabalho, a preocupação em poupar, a valorização do esforço pessoal, a importância dada à família e à educação vai-se impondo.


Apesar da imagem divulgada do self made man, era da burguesia que nascia a nova burguesia (o que constituía um entrave à igualdade de facto). O investimento na educação dos filhos, a transmissão dos bens familiares e a constituição de redes de solidariedade familiar levaram à formação de autênticas dinastias burguesas.


Situação intermédia entre a classe dominante e as massas populares rurais ou urbanas, as classes médias eram, no século XIX, ainda muito incipientes (não obstante a sua contínua proliferação dos países desenvolvidos).
Caracterizada por uma profunda heterogeneidade (e daí preferir-se utilizar o plural, classes médias), era composta por pequenos comerciantes, empregados de loja, profissionais liberais (médicos, advogados, engenheiros, etc.) e funcionários ao serviço das empresas ou do Estado (os chamados colarinhos brancos).

Conservadoras e puritanas, as classes médias proliferam com o surto urbano e o consequente aumento do sector terciário (comércio e serviços ligados à educação, aos transportes, ao saneamento, etc.), assim como com o alargamento da instrução (a escolaridade primária obrigatória e gratuita torna-se algo comum nos países industrializados).


Orientam os seus comportamentos num conjunto de “virtudes públicas e domésticas”: são as defensoras dos “bons costumes”. O trabalho e a família são considerados os bastiões da sociedade. Defendem uma moral rígida, a ordem e a segurança públicas e demonstram respeito pelas convenções e pelas hierarquias. Procuram imitar os padrões de comportamento da alta burguesia e cultivam as aparências. Temem perder o emprego, mostram desconfiança em relação às classes populares e receiam a proletarização.

A classe baixa (o proletariado), era o grupo social constituído por aqueles que tinham como único meio de subsistência a venda da sua força de trabalho, visto não terem acesso económico à propriedade.

A redução dos trabalhadores à condição de proletários foi uma consequência das transformações operadas no processo produtivo, agrícola e industrial, sob o signo do liberalismo económico e do capitalismo industrial. Assim, foi a industrialização, com o estabelecimento de grandes indústrias onde se implementaram as novas formas de racionalização do trabalho, que gerou a desvalorização da mão-de-obra e o surgimento do operariado proletário.

Usufruindo salários de miséria, porque submetidos à lei da oferta e da procura, os operários possuíam geralmente famílias numerosas (a prole), que viviam em precárias condições de habitação (nos subúrbios), onde a miséria, as doenças, a delinquência e o desregramento moral grassavam. Por sua vez, a insalubridade nas fábricas, os acidentes frequentes, o horário que rondava as 16 horas diárias, o desemprego constante agravado pela inexistência de mecanismos de apoio adequado e a exploração da mão-de-obra feminina e infantil constituíam condições de trabalho desumanas, marcadas pela exploração desenfreada da mão-de-obra.

As precárias condições de vida e de trabalho do proletariado, fizeram emergir no seio dos operários a consciência colectiva da exploração a que se encontravam submetidos por parte da burguesia, e a ideia de que a reposição da justiça teria de ser conseguida através de um esforço de organização dos próprios operários – surgia assim o movimento operário.

De início, este movimento operário assumiu um carácter associativista, com a criação de organizações mutualistas de operários, de socorros mútuos. Posteriormente, o movimento assumiu uma feição mais violenta com o luddismo (destruição de máquinas, de fábricas e de outros bens do patronato). A insuficiência destas acções levou à formação de sindicatos, o instrumento de organização da classe operária por excelência, responsáveis pela realização de acções conscientes de reivindicação e de luta (negociações, manifestações, boicotes, greves).


Um passo decisivo para a afirmação do movimento operário foi dado pelo aparecimento das doutrinas socialistas e pela sua articulação com os partidos políticos.

Na realidade, após as primeiras tentativas mais ou menos inconsistentes em torno da criação de cooperativas de produtores independentes, da extinção do Estado e da exploração do homem pelo homem (socialismo utópico: Proudhon, Saint-Simon, Robert Owen, Fourier), o socialismo científico ou marxista (Karl Marx, F. Engels) considerou a conquista do poder pelo operariado como a meta capaz de terminar com a exploração dos trabalhadores.

O marxismo defendia a abolição da propriedade privada, a nacionalização dos bens de produção e a criação de uma sociedade sem classes. Para tal, consideravam os marxistas, era necessário que o proletariado assumisse o comando político e económico (ditadura do proletariado).

O marxismo contribuiu também para a formação do materialismo histórico – concepção da história como o suceder de lutas de classes, de confrontos sociais entre opressores e oprimidos em busca da liberdade.


Um dos objectivos dos marxistas era a internacionalização do movimento operário, com a criação da Associação Internacional dos Trabalhadores (I Internacional: 1864-1876; II Internacional: 1889- 1914). Todavia, as divisões abertas no seu interior, entre marxistas, anarquistas (defendem a supressão de qualquer tipo de autoridade) e revisionistas (defendiam transformações sociais graduais e não violentas), juntamente com as tensões nacionalistas das vésperas da I Guerra Mundial (1914-18) acabaram por minar este objectivo.


domingo, 26 de fevereiro de 2012

Ficha Formativa de Março

Esta ficha é de revisão da matéria dada para o seu quarto teste. Resolva-a e tire as suas dúvidas na aula de revisões.


Objetivos para o teste:

v  Compreender o fenómeno revolucionário liberal como afirmação da igualdade de direitos e da supremacia do princípio da soberania nacional sobre o da legitimidade dinástica;
v  Identificar as alterações da mentalidade e dos comportamentos que acompanharam as revoluções liberais;
v  Valorizar a consciencialização da legitimidade dos anseios de liberdade dos indivíduos e dos povos;
v  Analisar a interação dos fatores que convergiram no processo revolucionário português.

Conceitos: Monarquia Constitucional, Soberania Nacional, Sufrágio Censitário, Sistema Representativo, Estado Laico, Vintismo, e Carta Constitucional Vintismo, Cartismo, Setembrismo, Cabralismo.


I A Revolução Francesa – paradigma das revoluções liberais e burguesas.

1.       Explique a radicalização da Revolução a partir de 1792.
2.      Relacione a revolta dos sans-coulottes contra a burguesia com a luta pela igualdade.
3.      Relacione as ofensivas militares estrangeiras com o triunfo da Revolução.
4.      Explique a rápida ascensão de Napoleão Bonaparte.

II A Geografia dos movimentos revolucionários na primeira metade do século XIX

1.       Refira-se aos principais focos revolucionários entre finais do século XVIII e meados do século XIX, apontando os motivos dos mesmos.

III. A Implantação do Liberalismo em Portugal.

1.       Refira os principais meios de difusão do liberalismo em Portugal.
2.      Explique as razões da fuga da família real para o Brasil.
3.      Explique as causas da falência do comércio português entre 1800 e 1818.
4.      Refira as circunstâncias em que eclodiu a Revolução Liberal Portuguesa de 1820.
5.      Saliente os acontecimentos mais importantes da contra-revolução absolutista em Portugal.
6.      Enuncie as principais diferenças entre a Constituição de 1820 e a Carta Constitucional de 1826.
7.      Explique a importância da ação legislativa de Mouzinho da Silveira.
8.      Caracterize a revolução setembrista.
9.      Saliente a ação política de Costa Cabral.
10.   Distinga o Setembrismo do Cartismo.
11.    Explique a luta da Maria da Fonte contra os Cabrais.


sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Amadeus

Biografia de Mozart (1756-1791)
Wolfang Amadeus Mozart nasceu em Salzburg. Criança prodígio, foi no ambiente musical desta cidade que começou a tornar-se notado.
O pai Leopold, músico na corte, empenhou-se na aprendizagem quer de Mozart, quer da irmã deste, Nannerl, levando as crianças a exibir os seus dotes.
Mozart tornou-se, aos cinco anos, um fenómeno de popularidade que se mantém até aos nossos dias.

Mudou-se para Viena, onde o Imperador José II lhe encomendou algumas óperas (em 1782 estreou “O Rapto no Serralho”) e onde se dedicou a compor e a dirigir concertos. Em 1782 casou com Konstanze Weber. Nos anos seguintes compôs algumas das suas obras mais célebres. 1787 foi o ano da estreia de “As Bodas de Fígaro” em Praga; recebeu ainda a encomenda para '”Don Giovanni” e terminou “Eine Kleine Nachtmusik”. Mas o seu sucesso foi irregular, sobretudo a partir de 1786, e a situação económica de Mozart complicou-se.
Em 1791, ano da sua morte, estreou “A Flauta Mágica”; não chegou a terminar o “Requiem”, outra encomenda do mesmo ano. A sua saúde deteriorou-se; não se sabe exatamente qual a doença que o afetou, mas faleceu a 5 de Dezembro, sendo enterrado numa vala comum, em Viena, como era costume na época.

Realizado por Milos Forman, o filme Amadeus, exibido em 1984, incide sobre aspetos da vida de Wolfgang Amadeus Mozart, contados, em retrospetiva, por Salieri, um feroz inimigo do compositor. Foi considerada uma grande produção e foram-lhe atribuídos 8 Óscares.
Salieri (Hurray Abraham), velho músico da corte, após ter tentado suicidar-se, confessa a um padre ser responsável pela morte de Mozart (Tom Hulce). Tudo começa em 1781, quando Mozart é apresentado à corte austríaca. Salieri "enlouquece" de inveja ao descobrir que todo o talento musical foi entregue a um rapazinho brincalhão que compunha como se a sua música fosse abençoada por Deus. Vai-se tornando cada vez mais rancoroso, ao aperceber-se da sua incapacidade de se aproximar do nível do jovem músico.
Mozart acaba por morrer aos 35 anos de idade, ao lado do seu pior inimigo e maior admirador, Salieri, na altura em que compunha um requiem (elogio fúnebre) que ficou inacabado.
Neste filme, temos oportunidade de ouvir parte da sua ópera Bodas de Figaro, da já mencionada D. Giovanni e de uma opereta que se enquadra na produção de Mozart destinada a um público mais popular.
                                            

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Ficha de leitura

  1.  1. O QUE É UMA FICHA DE LEITURA.
Ao longo da tua vida escolar terás de elaborar trabalhos extensos que te obrigam a recolher muitas informações e a ler vários livros. Durante essas leituras terás de tomar notas que te facilitem, depois, o uso das informações recolhidas. Para guardares as notas que foste tomando, podes recorrer a uma ficha de leitura.

Uma ficha de leitura é um registo da informação mais importante que recolheste sobre o conteúdo do texto. 

2. COMO SE FAZ UMA FICHA DE LEITURA
 Para que uma ficha de leitura seja completa, deves ter em conta vários aspectos:
  1. FORMATO DE UMA FICHA DE LEITURA.
Podes usar formatos estandardizados ou criar as tuas próprias fichas. Geralmente, deverão ter o tamanho de uma folha A4, na horizontal, ou de meia folha.

  1. MATERIAL USADO NUMA FICHA DE LEITURA:
É conveniente que as fichas sejam de cartolina ou de cartão fino para poderem ser consultadas no ficheiro. Também podes criar estas fichas no computador.
·        Referências bibliográficas: número de páginas, edição, editora…
·        Informações sobre o autor.
·        Breve resumo dos conteúdos.
·        Transcrição das citações mais importantes: usar uma cor diferente para destacar.
·        Comentários pessoais, ao longo do resumo: colocá-los entre parênteses rectos a cores.
·        Outras observações, se necessário.
Nota: Deves incluir todas as informações que te pareçam importantes.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

A França nas Vésperas da Revolução

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Este período é marcado pela construção de um novo modelo de sociedade, cujos hábitos de vida, valores e concepções ideológicas determinaram a época contemporânea.


Causas sociais e políticas

1.  Predomínio de uma estrutura social aristocrática e tradicionalista;
2.  Clero e nobreza gozavam de poderes e privilégios ilimitados;
3.  Burguesia enriquecida pelo comércio colonial mas afastada do poder político e sem privilégios ou prestígio social;
4.  O terceiro estado, composto pelas classes laboriosas era verdadeiramente o único que pagava impostos, sem privilégios de qualquer espécie, nem atenções por parte do governante;
5.  O rei, acima desta hierarquia, governava de forma absoluta, fundada no princípio do direito divino dos reis e apoiado nas ordens.

Conjuntura económica

De um período de franca prosperidade a França, a partir de 1770, passou a viver uma conjuntura, tal como a maior parte de outros estados europeus, altamente negativa:

·     Maus anos agrícolas, geradores de fomes, doenças, carências comerciais, aumento geral dos preços dos produtos agrícolas, sobretudo do trigo.
·     Crise no comércio colonial – sobretudo com o continente americano;

·     Falência industrial e desemprego urbano; a crise nos outros sectores e na Europa em geral afectam a industria francesa que assentava basicamente nos produtos de luxo;

·     Crise financeira global e balança comercial francamente negativa;

·     Grandes encargos com o aparelho do Estado e com a corte que sobrecarregavam uma dívida estatal colossal.

Tentativas políticas de solução da crise
 
1.  Implementação de reformas económicas, sobretudo na agricultura;
2.  Alargamento do pagamento dos impostos às ordens privilegiadas;
3.  Proposta de convocação dos Estados Gerais, único órgão com poder para resolver a questão da crise económica.
4.  A convocação dos Estados Gerais permitiu o aumento do nº de representantes do 3º Estado e a proposta que foi aprovada do voto por cabeça, iniciando o eclodir de um conflito político-institucional e o início da Revolução Francesa.

A Revolução Burguesa e a Monarquia Constitucional

1.  A reunião dos Estados Gerais a partir de Maio de 1789, desencadearam um processo revolucionário sem retorno, iniciado pela própria aristocracia ao pretenderem a reunião dos Estados Gerais e posteriormente pela burguesia ao realizarem na famosa Sala do Jogo da Pela um juramento de união para o bem da França.
2. Secundados na rua pelo povo, tanto na cidade como no campo, levantamentos populares justificados pela tremenda fome e carestia dos preços, o processo foi imparável e culminou com a famosa tomada da Bastilha, uma fortaleza abandonada mas que era o bastião do Antigo Regime e de tudo o que ele simbolizava.

3. Rapidamente toda a França se encontrava incendiada pelos acontecimentos como de um barril de pólvora se tratasse. No campo, os incêndios de casas senhoriais e dos títulos guardados pela nobreza, a destruição dos campos de cultivo foram um pouco da destruição que se registou nos meses seguintes a Julho de 1789.
Na cidade foram alvos preferenciais as residências dos membros do clero e da nobreza bem como os palácios reais.

4. Entretanto os burgueses colocam-se em campos diversos e de acordo com as suas posições mais ou menos radicais assim se agrupam ideologicamente e se reúnem para que, em Assembleia Constituinte seja redigida e aprovada a primeira constituição da França.

Principal legislação da França Revolucionária


·     Abolição do regime feudal com a anulação de taxas, serviços e privilégios senhoriais;
·     Extinção da dízima eclesiástica;
·     Regulamentação da igualdade das ordens face ao pagamento dos impostos.
·     Redacção e aprovação da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, onde se espelha todos os ideais e princípios defendidos pelos Iluministas, consignando valores como a liberdade e a igualdade, direitos naturais do homem indiscutíveis e inalienáveis. Esta legislação, de carácter universalista ultrapassou a barreira do tempo e do espaço e é, ainda hoje, um marco importante nas legislações nacionais e supranacionais.
·     Em 1791, foi aprovada a primeira Constituição, documento moderado que procura ainda conciliar os interesses do monarca e dos notáveis com a nova ordem – burguesia.
A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (1789) estabeleceu:


v O direito natural (“todos os homens nascem e permanecem livres”);
v A igualdade perante a lei, a justiça, a administração e o imposto (fim da sociedade de ordens);
v A soberania popular;
v O rei é o mandatário da vontade geral;
v Poderes tripartidos (separação dos poderes);
v Carácter universalista

A Constituição Civil do Clero (Julho de 1790)
v Abolição dos dízimos eclesiásticos;
v Nacionalização de todos os bens religiosos
v Os membros do clero foram económica e administrativamente colocados sob a dependência do Estado Francês;
v Anulação dos votos solenes dos eclesiásticos;
v Encerramento dos conventos e de todas as ordens religiosas;

Esta legislação lançou um grave conflito entre a Igreja romana e o Papa e o Estado revolucionário que era assumidamente laico.


A Constituição (1791) estabeleceu:

1.  A monarquia constitucional o primado da lei e a divisão dos poderes;
2.  O direito de voto é regulado pelo sufrágio censitário; a população fica dividida entre cidadãos passivos (aqueles que apenas possuem direitos civis) e os cidadãos activos (que possuem direitos civis e políticos);
3.  O rei perdia muitos dos seus poderes mas continuava a ser chefe do executivo e militar, tinha direito de veto sobre as leis da Assembleia constituinte e o direito de exoneração de ministros;
4.  Do ponto de vista administrativo, a França foi dividida em distritos, cantões e comunas de forma a facilitar a sua governação e a cobrança dos impostos;
5.  No campo social foram reconhecidos os direitos de igualdade perante a lei;
6.  No campo económico foi liberalizada a economia, repartida a propriedade fundiária, anteriormente nas mãos das ordens privilegiadas, bem como outras medidas tendentes a ultrapassar a grave crise económica vivida pela França neste período.

Raízes da Ideologia Liberal

A Apologia da Razão e do Progresso

 
Século XVIII

  • Grande evolução intelectual
  • Progressos técnicos
  • Grande esperança na Humanidade
  • Racionalismo sobrepõe-se ao Empirismo
  • Fé inquebrantável na Razão
·         Visão optimista e progressista na evolução da Humanidade


Iluministas (filósofos do Século das Luzes)

Defendem:

·      Fim da desigualdade entre as nações:
·      Igualdade num mesmo povo:
·      Aperfeiçoamento real do Homem possível através do ensino, da lei e dos progressos das ciências e das artes - técnica.
Denunciam:

·      O fanatismo religioso e o dogma
·      A livre circulação de ideias
·      O absolutismo e a origem divina do poder real.
Formas de difusão:

·      A Enciclopédia de Diderot e D'Alembert
·      Cafés, clubes, academias e salões
·      A Maçonaria (as lojas maçónicas).

Preconizam:

·      Uma sociedade livre e igualitária:
·      Valorizam o indivíduo invocando o direito natural
·      Consideram como vital a educação, essencial para a evolução da Humanidade.
·      Desenvolve-se um novo conceito de família e de infância.

O Estado Iluminista:

·      Valorização da soberania popular – o poder emana do povo;
·      Defesa da divisão dos poderes (executivo, legislativo e judicial)
·      Defesa do contrato social, entre quem governa e quem é governado.

A tolerância religiosa

·      Aumento da crítica à Igreja e aos seus privilégios;
·      Aumento da descrença e do cepticismo;
·      Defesa da tolerância religiosa;
·      As ideias iluministas e o racionalismo colidem com o pensamento religioso, sobretudo pela forma como a religião (católica), determinava a vida dos homens e da própria sociedade.